quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Em tempo


O ano de 2011 ficou sem representante legal por aqui, mas 2012 é o ano do fim do mundo (segundo alguns acreditam) e não poderia passar em branco. Estive, por influência de um amigo, relendo algumas das minhas postagens antigas e tive uma agradável experiência! Nem eu me lembrava da maioria das coisas que escrevi e confesso que me diverti bastante! E foi aí que pela primeira vez me posicionei no lugar do leitor. Tive a experiência de crítica de mim mesma! Percebi, então, que minhas postagens sentimentalóides e pseudo poéticas eram sacais de uma maneira agressiva. Nível vergonha alheia. (Embora tenha sentido de mim mesma, isto se constituiria alheia porque estou me posicionando como expectador) Nunca mais farei isso, prometo. E prometo a mim mesma porque também percebi que o intuito principal deste blog foi alcançado: Entreter a mim mesma no futuro. Se voltarem à primeira postagem, verão explícito este objetivo. 

Nunca mais farei isso também por crer que não seria mais capaz. Com o passar dos anos o músculo mais tonificado do meu corpo foi justamente o coração.

- update - 

O trecho acima foi escrito em setembro deste ano e desde então muita coisa mudou. Tanto que me parece absurdo analisando assim, friamente, pelo pouco tempo que se passou. A última fase foi escrita de madrugada e provavelmente introduziria um apaixonado discurso sobre o desenvolvimento de couraças e armaduras, defesas infalíveis, técnicas de invulnerabilidade. Tudo fachada! É frustrante admitir que sou uma fraude.

O que me faz refletir sobre a relatividade do tempo. Quanto é muito, pouco ou suficiente? Quais os critérios de definição? Um segundo pra quem está competindo uma prova de 50 metros livres é uma eternidade, enquanto 50 anos são uma poeira na história do universo. Acho que tudo depende da importância do evento naquele intervalo de tempo. Ou seja, foi decisivo? Aquele segundo na piscina seria. Os 50 anos no universo talvez não. 

Voltando ao intervalo em questão, dois meses pode parecer um curtíssimo intervalo, mas pode ser o tempo decisivo pra mudar uma vida, uma mente, um rumo. E decididamente o foram. Digo porque uma pequena alteração na rotina, a introdução de um novo elemento na dinâmica diária pode subverter totalmente a antiga lógica das coisas. A importância que cada elemento assume... O estabelecimento das prioridades.

Intensidade. Tá aí. Eis a palavra. As experiências são menos ou mais marcantes de acordo com a intensidade com a qual nos entregamos a elas ou com a qual nos atingiram. E diante disto, meu amigo... Pouco importa se tudo aconteceu em segundos, minutos, dias, eras (eões? :P). A sua entrega define quanto te atingiu. Quanto te mudou.

Às vezes tudo depende de uma pequena decisão! Simples... Ou não. 

Não quero entrar em pormenores e fazer definições. Este discurso se aplica a tantas esferas que prefiro deixar cada um encaixar no que melhor lhe convier. Eu tenho pelo menos três aplicações práticas pra isso. E uma delas está timidamente rascunhada nas entrelinhas.

Serei mais explícita na próxima. Já tenho até o texto feito! Mas... “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Astrologia

Como faço pra ser um astronauta? Foi a pergunta que fiz à cartomante.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

E tem mais.

Quero nem saber... Vou falar! Ninguém pediu mas eu me sinto no direito! Eu não odeio o Justin Bieber. Não mesmo. Prontofalei.

Eu acho que o menino é bonitinho, gracinha, canta afinadinho... Fechou! Ele tem uma voz afeminada. E daí? Ele tem 16 anos! Tudo bem que ele deveria estar na fase dos graveagudos descoordenados (e daqui a pouco provavelmente estará). O Michael tinha a voz fina aos 50... So what? Essa não é a parte importante.

Porém, contudo, todavia, entretanto, não posso deixar de fazer um adendo. Não suporto suas teenwives. Sério. Sabe como o descobri? Na minha peregrinação sem rumo por orkuts alheios, entediada. No perfil de uma menina aos 13, percebi que todas suas amiguinhas de igual faixa etária possuiam o mesmo sobrenome.

Achei bem esquisito... Devia ser algum tipo de irmandade nova aí de meninas, vou saber? Googlei. Foi então que vi fotos, clip, tudo numa caixad'água só! Daí me dei conta de que ele é um ídolo teen, de fama explosiva, sem tantos predicados.

Então liguei os pontos. Elas não são irmãs de mesmo sobrenome. São esposas! Agora tudo fazia sentido! Eu mesma fui casada com o Kevin dos BSB aos 13. Só que não era a mesma coisa. Ele era mais velho (bastante, tinha uns 27) e tinha cara de homem. As meninas estão casando com um bebê de rosto liso e redondo! (Qual a graça? Em vez de casar, poderiam adotar como irmã mais nova. =D)

Enfim, reitero, não o odeio. Só acho todo esse bafafá desnecessário!

Mas também não sou parâmetro pra nada. Não costumo gostar de pessoas felizes, simpáticas, boazinhas, de voz suave, sem muita opinião, normais. Com excessões, raras e importantes!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Retorno de Jedi

Pois bem, como eu estava contando... Então... Mudou tudo! Mas vou fingir que todos sabem. Pois é, acabaram as promoções na loja em que eu trabalhava e então, com muito carinho, chutaram meu bumbum com um scarpin bico fino, sendo eufemista. Vamos lá então, encarar a realidade!

Mas como a Itália me ama, 2 semanas depois comecei a trabalhar num café. No primeiro dia, quis morrer! Só não larguei porque tinha contas pra pagar no fim do mês... Mas rezava pra alguém me ligar de outro canto que eu tinha deixado o currículo, porque ODIEI muito tudo isso.

- Primeiro, o chefe me pareceu um louco neurótico perfeccionista. No fim ele é mesmo, mas é simpático... Agora que estamos mais integrados, acho que gosta de mim, porque no começo eu queria chorar à cada vez que me dirigia a palavra.

- Segundo, eu não gosto de café, nunca tomei café e não tinha idéia de como se preparava. Não bastasse o cafezinho normal, existem uns 10 modos de se preparar cada produto ali! Todos muito requintados, com cremes, aromas, leite trabalhado, chantilly, pó de cacau, canela... Mil receitas e configurações. Achei que eu jamais seria capaz de decorar tudo aquilo! No fim, deu.

- Terceiro, quase 80% dos produtos levam o tal do 'latte lavorato', que nada mais é do que leite montado e cremoso, feito no momento em que precisa ser usado. O problema é que até hoje eu não entendo muito bem! Sei toda a teoria! Explicarvos-ei: Em teoria, tem que introduzir o bico de vapor na caneca metálica contendo o leite frio, procurar imediatamente a superfície do líquido, deixar montar uns segundos e ir descendo lentamente. Não pode ficar nem muito quente nem muito frio e as bolhinhas tem que ser muito discretas, quase imperceptíveis. Depois bate a caneca no balcão e gira até lucidar... Enfim, vira um creme muito fino, delicado e brilhante. Tá vendo? EU SEI a teoria! Mas na hora é outra coisa! De vez em quando eu consigo fazer tão perfeito que dá vontade de tirar foto... De vez em quando parece espuma de cerveja! =( Tenho quase certeza que existe algo de místico nessa história... E como eu não fiz nenhum pacto com Deus do latte, ele me prega peças.

Mas agora tá tudo caminhando bem. To fazendo também 2 cursos na faculdade, Arquitetura social, que fala sobre arquitetura hospitalar e Arquitetura de espaços internos, que mais parece decoração, embora foque em casas museu de arquitetos renomados. Eu por exemplo estou estudando a Casa de Vidro da Lina Bo Bardi, em São Paulo... E devemos projetar uma intervenção ali! Parece bem interessante, vamos ver.

No mais, continuo fazendo mil entrevistas de trabalho, mas estou recusando quase todas pq é difícil encontrar um trabalho como o meu em que não se trabalha de fim de semana e que o chefe gosta de você e te protege.

O jornal de hoje chega ao fim. Boa noite.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ivrea

Ivrea é uma cidade que fica tipo no interior do Piemonte. Piemonte é a região italiana onde se encontra Torino! Bem, ficamos sabendo por intermédio de amigos que nesta cidadezinha rolava um carnaval divertidoso, com uma guerra de laranjas! Ooopa! Falou em baixaria, é com nóis! (mentirinha). Mas sim, nos pareceu muito divertido, apesar de não podermos participar diretamente da guerra porque é uma batalha entre equipes seculares, organizadas e rivais! Não pode entrar qualquer baianinho com sede de “cAuSaÇÃo” pra zoar a bagaça.

Juntamos uma galera de Erasmus (que é como são conhecidos os intercambistas da Europa) e fomos para a fatídica cidadela. Era gente da Turquia, França, Áustria, Irlanda, México, Venezuela, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Hungria, Luxemburgo, Canadá, Nova Zelândia... E claro, Brasil, todos juntos. Beleza. No caminho, passa um carro com uns italianos meio bêbados, ou simplesmente noiados, tocando à maior altura o tema do Poderoso Chefão. E cantarolando sofrivelmente, olhando pra a nossa cara. Fatídico! Ouvir aquela canção tão italiana na Itália cantarolada por um italiano! Haha Só faltava ouvir a tarantela. Mas calma... O dia estava só começando.

Pegamos o trem, belezoca! Rápido o caminho até lá. E quando chegamos, nossa! De lá as montanhas parecem invadir a cidade! Lindo! Aqui em Torino você vê as montanhas de várias partes da cidade, mas não naquela plenitude. Era realmente tocante! E estava aquele clima de festival! Todo mundo tinha alguma coisa vermelha na cabeça... Daí na hora a gente comprou uma fitinha, então as garotas ficaram meio minniemousescas com um lacinho vermelho na cabeça. Mas beleza... Festa é festa e carnaval é fantasia! O que mais tinha lá era gente fantasiada mesmo! As fantasias infantis eram as mais fofas... Tinha um bebê de ursinho que eu queria MORDER as bochechas. Juro... Muita maldade dos pais fazer isso com a gente. Muito tentador.

Logo que entramos, começa um desfile com bandinhas e músicas típicas. Uns irlandeses tocando aquela gaita que sempre me lembra cenas tristes de filmes, tipo Titanic ou Coração Valente. E... voilà! Italianos tocando a tarantela! Sim sim, faltava isso pro meu dia italiano. Haha Foi ótimo! Andamos pela cidade... Eu até consegui comprar gominhas! Tipo aquelas gelatininhas coloridas gummie bears, sabe? Sou VICIADA nisso. Nossa... mil sabores, me deliciei! Então voltamos a uma praça onde ocorreria a batalha. Concentramos-nos no entorno da praça, protegidos por redes. Os combatentes trajavam uniformes de acordo com a cor de suas equipes... E tinham milhaaaares de laranjas em caixas, aguardando para serem brutalmente arremessadas. =( Tinha até uma bambinada participando com uniformes! Mas eles ficavam mais perifericamente, longe do foco da guerrinha, arremessando laranjas de longe, que caíam no chão e eram usadas pelos reais guerreiros.

Quando começou, era assim: Vinham tipo umas “charretes”. Não era tipo uma carroça de madeira como nossas charretes, mas eram puxadas por cavalos lindos e enfeitados, com uma estrutura metálica atrás, etc... Era pra imitar algo meio medieval, porque todos os símbolos e tals eram no estilo, assim como os capacetes dos caras. Então, atrás nas charretes vinham uns caras super fortões com roupas protetoras tipo jogadores de futebol americano e capacetes com perucas de cabelões... Tipo, todos equipados pra levar porrada mesmo! Porque a batalha era entre a galera que tava uniformizada no chão e esses caras que entravam nas charretes. A charrete dava a volta na praça com a galera bombardeando e os caras revidando. Passavam charretes de diveeersas equipes, acho que mais de uma vez cada. E acho que no fim tinha uma guerra entre a galera que tava no chão mesmo, mas até aí já estávamos muito cansados. Isso durou bastante! Queríamos dar umas voltas por lá. Alguns amigos até entraram na guerrinha por um tempo e tomaram umas laranjadas! Ademais, todos se divertiram! E o ar tinha um revigorante aroma de laranjas frescas! Muito gostoso!

E pra sair do meio do fuzuê? Minino... O chão tinha uma espessa camada de laranjas amassadas... Você atochava o pé naquele purê vermelho-alaranjado (porque as laranjas eram as “rossas”, vermelhas) e escorregava pra caramba! Eu quase caí mais de uma vez... E deu um meeeedo porque bem na hora que a gente tava saindo veio mais um carro de guerra furioso arremessando laranjas! Meu Deoooos corram pras montanhas! Saímos furfilhando naquela gororoba querendo correr, chorar, sumir, morrer, tudo menos apanhar! Mas enfim, tudo deu certo. E foi máster divertido!

No fim do dia tava todo mundo morto. Teve mais um desfile com a “rainha do rodeio”... haha Era tipo a miss sei lá o que, acho. Ela tava com uma coroinha, acenando e jogando doces e flores pra a galera. Despedimos-nos de Ivrea muito satisfeitos com o dia. Capoteeei no Trem de volta, acordando na estação que deveríamos descer pra chegar em casa. Sãos e salvos. E sujos. Bastou tomar banho e dormir porque no dia seguinte foi nosso primeiro dia de aula! E isso é história pra um próximo capítulo! Ainda tenho que contar também sobre minhas 2 novas amiguxas daqui, Johana e Mollie. São minhas vizinhas e estão comigo quase todo o tempo! Estão em todas as histórias que eu conto, praticamente. Então, melhor apresentar-vos. Um dia.

Até mais ver!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sooo last week!

Bom dia amigos do meu Brasil, com seu céu azul anil!

(Não querendo menosprezar os que sem encontram além-mar. Bom dia pra vocês também, vai!)

Estas primeiras semanas aqui estão sendo bem rockenrou! Não tenho tido tempo, paciência, nem pacovás para escrever porque estou meio cansada. O governo italiano consegue ser mais burocrático que o nosso! Creindeuspai! Estou tendo que correr atrás de cinquecentoquarantasettemilione de documentos para assegurar minha permanência legal aqui. Obviamente a faculdade facilita enormemente as coisas, nos direcionando e até ajudando em fases do processo. Mas mesmo assim, cansa!

Antes fosse só o número de coisas pendentes, o problema maior é que aqui, perdoem-me os italianos, eles parecem não gostar muito de trabalhar. E nem os culpo! Eles realmente não precisam. A vida aqui é bastante cômoda... Nós, pobres mortais subdesenvolvidos (ou como prefiram, “em desenvolvimento”) que temos que nos matar trabalhando pra tirar uns vinténs extras e viajá pa Santus. Temos menos dinheiro e nosso lazer é mais caro, como viagens e etc. Eles podem pegar um trem aqui e em 4 horas estão curtindo a cidade luz. Simples assim.

Mas enfim, o que eu quis dizer é que tudo abre tarde e fecha cedo! Tipo, abre umas 9, fecha às 12 pro almoço. Daí volta às 14 e fecha às 16. Isso quando não abre apenas na parte da manhã! Ou de final de semana, que nem chega a abrir nada! Até agora não vi nada no regime 24 horas por aqui. Mas vai saber! Então o drama é que você tem que correr pra conseguir desenrolar seus documentos neste curto período de tempo, e eles demandam bastante tempo também para serem feitos. Estou aqui a uma semana e meia e sempre tem alguma coisa a ser feita porque ontem não deu, da outra vez eu não tinha aquele documento, eu preciso ter esse documento primeiro, hoje eu tenho aula de italiano de manhã e à tarde o troço não abre... etc. E assiiim caminha a humanidade. A passos lentos e confortáveis.

De resto, tirando esses problemitchos básicos de adaptação e meu nariz que congestionou de vez com esse clima frio e seco ao extremo, eu to EN CAN TA DA. Aqui as coisas são lindas demais! A cidade é pequena, mas nem tanto. Tudo é super bem cuidado e organizado. Um simples passeio no centro rende fotos esplêndidas e momentos que parecem saídos de um filme ou um sonho. Os prédios antiguinhos todos graciosos, restaurados mas sem aquelas camadas de tinta nova cobrindo a superfície antiga. Eles mantêm mesmo, sabe... Preservam! Você vê que é antigo, mas está super conservado e próprio para o uso.

Os italianos aqui do norte são meio distantes, frios... Vai ver que são sugestionados pelo clima! Haha Mas são também educados e polidos, respeitosos. A aparência que às vezes assusta porque parece que cada um aqui tem seu próprio fashion style. Tipo, eu visto O QUE EU QUERÊ. Mas na maioria das vezes conseguem ser absolutamente elegantes... Se vestem bem. Teenagers que são meio emos, como no Brasil. Alguns homens gostam de sobrancelha feita, o que deixa o rosto meio afeminado! Eu particularmente não gosto. E as fotos deles, tipo no facebook, são bem afeminadas às vezes também. Tipo, às vezes eu olho e penso... Se um cara tirasse essa foto no Brasil, todo mundo o chamaria de bichona! Mas você encontra o cara na faculdade e ele é super normal, sem jeito afeminado... Sei lá. Prefiro pensar que eles são fanfarrões. =/ Sobre a beleza, já que as meninas insistem em perguntar, na faculdade eu vi uns BEM interessantes. Nas ruas nem tanto, por conta do fator afeminado que eu mencionei. Mas como eu estou numa faculdade de engenharia, o espaço amostral é gigantesco! Tem pano pra manga... haha Os tiozões aqui que são um charme! Haha Juro, geralmente os caras mais velhos parecem mais galantes, não sei.

Enfim... Preciso estudar pra minha prova de italiano de amanhã. Depois conto mais peripércias italobrasilianas procês.

Beijos pra quem fica!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A viagem

NegritoAlô galera de cowboy!

Estamos aqui, diretamente do outro lado do Atlântico, transmitindo para vocês as primeiras impressões a respeito do antigo continente. Não saia daí!

Bem amigos da rede globo... Por onde começar? Hm. Imaginem que no aeroporto de Guarulhos foi aquele aguaceiro de praxe, corações dilascerados, nervosismo pré-embarque e etc. Mas ok. Quando consegui embarcar, começou a aventura. Foi uma bagunça de língüas a partir daí, começando pelo avião até Paris. Eu chamei um "aeromoço" e falei em português. Ele não entendeu. Daí então eu chamei outro e usei meu sofrível inglês, só pra descobrir que ESTE sim, falava português. Mas estava apressado demais. Tudo isso numa tentativa desesperada de simplesmente assentar-me ao lado da minha amigaaaa! Enfim, depois de muito chororô, um comissário japonês que falava francês me atendeu. Bello! Mímicas nos auxiliaram e eu pude enfim descansar em paz. Em termos.

Viagem longa, cansativa e eu não preguei os olhos. Chegando em Paris, eu vi uma fila enooorme do pessoal mostrando o passaporte. E tinha um fila menorzinha do lado. Daí eu e a Tati nos dirigimos a ela, muito sagazes que somos. Quando chegou a nossa vez, a senhorita comissária pronunciou uma porção de coisas em um francês sorridente e nos pediu pra passar, s'il vous plaît, merci! Sem mostrar passaporte. No fim descobrimos que entramos na fila dos nativos e pronto... A mulher também nos tratou como tal e ficou tudo por isso mesmo.

Daí partimos pra Torino num avião pequenucho. Mais uma vez a galera curtia falar francês e a gente boiava. Tudo bem, estavamos na Air France, mas pow, o país de destino era a Itália e os anúncios não eram em italiano! Impossível. Depois, chegando na Itália, ninguém se dignou a checar nosso visto! Que ABUSO! Tanto trabalho pra tirar essa porcaria e justo aqui, no país de interesse, nem ligaram. Eu devo estar com uma cara de européia hoje... Não é possível.

Enfim, Turim. O taxista foi super simpático e até elogiou nosso italiano! Também, trocamos meia dúzia de palavras! Eu pensava mil vezes antes de falar uma frase... E qualquer frase dele era rebatida com um "sì" ou uma risadinha simpática. Me dei bem!

O apartamento é legal, conhecemos no prédio gente do mundo todo que estava chegando... México, Brasil, Turquia, Polônia, França, Estados Unidos, Espanha.... Enfim. Foi divertido! Com cada um a gente teve que exercitar um idioma (leiam inglês ou italiano). Todo mundo miguelando um pouco, falando umas besteiras linguísticas homéricas, mas se entendendo!

E agora chove no meu céu. Um céu que clareia às 9 horas da manhã e enegrece às 6 da tarde. Dias curtos... Tenho mais é que correr pra aproveitá-los.

Fomos também hoje ao mercado, mas isso é assunto para uma postagem inteira! haha

Sem função literária em si, estas informações só servem a seu propósito mesmo! Não tentem tirar lições ou achar graça, tá? Eu sei que em geral eu só escrevo coisas muitos profundas ou textos absurdamente hilários, mas conformem-se com este texto jornalístico! To com muita pressa e SONO, sobretudo. (brincandinho) (não a respeito do sono) (aliás, vou capotar)

Bjostalado!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

wiwichu ameri crisma!

Então é natal. E o que você fez?

Eu, como de praxe, me empanturrei de arroz, farofa, peru e seus acompanhantes natalinos. Tive aqueles animados bate-papos natalinos e comi as sobremesas natalinas. Claro, tudo isto imbuída do mais genuíno espírito natalino. Mas não foi tudo tão bonito quanto eu esperava. Tudo começou horas antes do esperado. Era uma vez...

Eis que Dorian decidiu por livre e espontânea vontade desperdiçar um pouco da magia do natal obrigando-nos a fazer a troca de presentes em plena manhã do dia 24. Usou para tanto de um argumento ludibriador “mom’s heartbreaker”, anunciando dramaticamente que não passaria a noite de natal conosco. Minha mãe nos obrigou, muito energicamente, a trocar os presentes às 10 horas da manhã. Beleza... Eu gostei de ganhar presentes e mais ainda de distribuir os que comprei! Mas não é a mesma coisa que distribuí-los na ceia de natal, todos devidamente empetecados e perfumados. Ninguém merece, na manhã da véspera, com aquele mau-humor pós-despertar, cabelos esvoaçantes e olhos empapados ter que sorrir e abraçar os familiares. Não foi exatamente agradável. E mais desagradável ainda foi saber depois que tudo isso não passava de truque de Dorian para ganhar presente logo, já que o dondoco estava ansioso. Imaginem minha satisfação.

Mas, bem, ao menos todos ganharam vários presentes e ficaram felizes. Embora nada tenha mais a graça que tinha quando eu era criança. Tinha aquela expectativa pro natal, tentar adivinhar qual seria o presente... Meses antes já sonhava com todas as novidades da indústria de brinquedos. Na minha casa não existia aquela encenação básica de Papai Noel, com suas renas e seus anões, porque meu pai nunca nos deixou acreditar no bom velhinho. Achava errado mentir para as crianças e sempre nos disse que era ele e minha mãe quem nos dava os presentes. De forma que eu nunca me importei com a não-existência do Noelzão, fazendo assim eximiamente o papel de destruidora de fantasias infantis. Descobri cedo minha missão de levar a mensagem ao mundo, contando a todos os coleguinhas a verdade aterradora. Meus olhos deviam brilhar ao descobrir mais um incauto santa’s believer. Era o momento de soltar a bomba: Aê OTÁRIO! Inocente, juvenil! Acorda! Essa tua alegriazinha medíocre é uma FARSA. Esse velho pançudo não existe! Quem compra seus brinquedinhos queridos são seus pais, aqueles engana-trouxa! MUAHAHAHAHA (risada maligna).

(Espero que nenhuma criança ludibriada leia isso... Hoje me arrependo de tudo. Era muito grande para uma criança o fardo de carregar a verdade, logo, eu precisava extravasar). Bom, pulando a parte do Papai Noel, rolava todo o resto da encenação. Árvore de natal ultra-master-hiper-enfeitada, tanto que eu mal sabia a cor da árvore mesmo... O verde ficava escondido em meio a tantas bolas brilhante, laços, pinhas, flores, neve, papais-noéis (sim, porque mesmo sendo falsos, eles se penduravam na minha árvore) e afins. Tinha a mesa decorada, as comidas especiais e os presentes!

Ah... Os presentes. Minha tradição pessoal era andar sorrateiramente até os pés da árvore, onde minha mãe os depositava, e abrir os embrulhos para descobrir o meu. Isso quando minha mãe não estava em casa! Depois eu os reembrulhava cuidadosamente e treinava a cara de surpresa que faria ao receber o meu. Obviamente, o serviço de uma criança desengonçada como eu ao abrir uma embalagem cheia de durex não devia ser muito bem feito. Muito provavelmente eu rasgava umas partes, assim, minha mãe passou a esconder os presentes em algum lugar e só colocá-los na árvore na noite de natal! Então migrei a tradição para a caça aos presentes. O resto continuava o mesmo...

Nada tem tanta graça quanto costumava ter nestes bons tempos de diversão pueril, mas o natal ainda me apetece. Assim, registro aqui o meu desejo de Bom Natal a todos! E que 2009 nos traga suculentas surpresas. Nham!

Buon Natale e Felice Anno Nuovo! Ci vediamo!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A resposta

Fiquei muito tempo distante, pois estava meditando a respeito da pergunta que fiz na postagem passada. (desculpinha fajuta) Mas, enfim, obtive a resposta. Estava na minha cara o tempo todo e eu não via! Como assim?

Where is the love?

Não é óbvio que está nas crianças e nos pré-adolescentes do nosso Brasil? Eles se amam muito! Infineternamente! AmoOoOoOwW²³¹ S2 4ever! Eu, buscando a resposta em todas as partes e acabei me deparando com a solução justamente no Orkut, a nossa distração diária. (Cara... O Word está reconhecendo “Orkut” como palavra correta! Bizarro. Será que fui eu que adicionei ao dicionário? Não lembro).

Primeiramente, trata-se de uma espécie de irmandade secreta do amor, a meu ver. Eles se comunicam através de uma linguagem adaptada, meio incompreensível para velhos amargos como eu. Possuem “nomes fantasia”... Acho que assim eles se reconhecem, através de codinomes que mais parecem hieróglifos. Exemplos extraídos do Orkut:

→♥ LuAanA ♥← PeRfecT
• Lααyђs ~*
# Tαliziáá .¹
KhÁrInInHa
× Guiigá ~
¤°©íñt¦å ! '°¤ *
N@i@r@☆ 【ツ】promiscuos dolls【ツ】
Mii* ~  ̄ω ̄ [and that it's all]
▪ ♪ ρґίşčί∫ά ♪ ▪
★Yu®i★ & ★S2 KëZ!ñHåi★
*KåM¡L¡NHå*→» Ø tipØ ¢єrtØ de gαяσtล єяяađล
ViÑi¢iU$S$S .


Seus depoimentos refletem o amor, que de tão abundante acaba por transbordar a cada 2 ou 3 palavras:

- Te amo mais que tudoooo!
O sorriso mαiis lindo,
O olhαr mαis sincero,
meu porto seguro,
α αmiigαα mαiiis liindα do muundo
ADOROOOOOOO E AMOOOOOOOOOOOOOOOOOO
(Bastante, viram? Por isso não sobra amor pro resto do mundo)
BJOOOO MORE


- Nhaaaaaaaaah!
Passando pra pegar meu topo de volta!
E pra dizer q vc é mais q perfeita...
Sempre vou te amar...
Lu S2 Tuh Forever and ever...
(esse S2.. Demorei pra descobrir o significado. Mto sagaz)
TE AMO !!!!
BJS



- AMOOOO + Q TUDUW!
PassandO pah dize
uma coisa ki tah cansada di saber..
ki to aki pah tudO,pra ti ajudar a enfrentar todas
as barreiras ki tiver ki enfrentar,
to aki pah ti ajudar a realizar akele sonhO
e ki to disposta a fazer di tudO
pOde coOnta cOm eO sempre ki vc precisar..
(o "u" vai virar "o", o mar vai virar sertão... Não entendi a pegada das maiúsculas no meio da frase.)
AmoO-te Eternamente!!
BjOo da sua pima **




- DoroO pakss
meninaa mais q perfect
amOoo
vc jah mora no meu S2
kapskpakpskpa
(meu Deus. Que risada é essa? Holly Christ...)
beijão


É minha gente... Amor demais. To pensando em me afiliar à irmandade. To até pensando no codinome:

Ṁᾀ®ιҏӛḙệẅẆẉ!!! GaroteeenháÁ dumal rsrs S2 **

O que acham? Está compreensível? Não? Ótimo. Estou certa de que meus amorirmãos me reconhecerão.

BjUwWwWWwWmELiGáÁhHHHHtIaMuWwWS24EVEEEEER

domingo, 9 de novembro de 2008

Where is the love?

~~~Para suavizar...


Meu texto favorito do Vininha:

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.

Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.

Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.

Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.



Publicado em: "Antologia Poética".

E meu favorito do Drumma:


Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação


Publicado em: "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti.




Meio antitéticos, eu sei. Um incorpora o amor em carne viva, dilascerando-se em razão deste sentimento acariciado e reprimido. O outro nega que ele exista mais, em virtude do universo que o rodeia, sujo, decaído.

Mas em ambos percebe-se que ele existiu e foi de alguma forma frustrante. Como quase tudo nessa vida, aliás. Vinícius o transforma em algo platônico e ainda se banha em sua essência. Drummond o trata como algo definitivamente perdido e opta por seguir em frente e viver, apenas. No sentido mais puro da palavra.

Bah... Não quero desanimar ninguém também, hein? Eu ainda nutro minhas esperanças.

É... O amor tá aí, gente! Pra cada um falar dele como lhe convier, afinal, ele é tão nosso, tão mutante, tão presente...